A Separação consolida é um muito interessante, ele faz parte do livro: Sociedade do Espetáculo de Guy Debord, escritor francês fundador da Internacional Situacionista. Pelo título já podemos imaginar que seja um livro teórico com palavras rebuscadas que raramente usamos no dia a dia. Contudo, esse livro me surpreendeu, o capitulo que li foi muito interessante e assustadoramente realista. Escrito como se fossem pequenos provérbios enumerados, em cada um Guy nos trás uma reflexão diferente.
Segundo Debord o primeiro passou foi a passagem do "ser" para o "ter", em uma sociedade capitalista na qual a sua funcionalidade depende do consumo é mais importante "ter" do que "ser". É mais importante ter um carro novo na garagem do que ser uma pessoa honesta, é mais importante ter um celular de última geração do que ajudar o outro. As coisas passam a valer mais do que as pessoas e alguns comportamentos. A mídia foi uma grande aliada nesse processo, com todas as suas propagandas e seus recursos para difusão de informações, teve papel fundamental para fomentação dessa "nova sociedade". Uma sociedade consumista, alienada e controlada.
Como a evolução não para, creio que nossa sociedade conseguiu alcançar um patamar ainda mais alto. Evoluímos do "ter" para o "parecer", isso não significa que o "ter" foi extinto, mas apenas que sofreu um acréscimo. Não basta apenas ter, mas também é preciso parecer. Não basta ter um carro novo, tem que postar em todas as redes sociais. Não basta tomar a vacina, mas tem que postar em todas as redes sociais. O espetáculo e a realidade se misturam, " O homem é alienado daquilo que produz, mesmo criando os detalhes do seu mundo, está separado dele. Quanto mais sua vida se transforma em mercadoria, mais se separa dela" (Debord, 1997).
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