Ainda imersa nos questionamentos e reflexões abordados pelo teórico francês Guy Debord, no qual vivemos em uma sociedade do espetáculo, em que o show e realidade se misturam. Uma sociedade em que as aparências valem mais do que o real. Pensando nisso lembrei-me do trecho de uma música lançada em 2017 pela cantora Manu Gavassi, a letra diz o seguinte: " Aqui estamos nós; Começando a questionar; se vivemos o momento; ou filmamos pra guardar". Em paralelo com o texto, podemos ver que Debord e a Manu questionam o modo como "vivemos", como a sociedade se esforça cada vez na busca pelo parecer, do que o ser.
O advento da tecnologia e suas facilidades colocaram as pessoas como protagonistas, contudo, como em toda boa trama o enredo foi cuidadosamente escolhido. Apesar de termos a sensação do controle de nossas ações, vivemos em uma competição insana de demonstração de bem-estar e felicidade. Um grande exemplo são as redes sociais, como o Instagram, "registre seu melhor momento", é isso que nos dizem. No entanto, a vida real é muito mais do que momentos alegres, ademais, todas as pessoas passam por dificuldades e momentos tristes.
Registrar o melhor momento não é tão bom quanto vivê-lo, pois as fotos são apenas capturas de imagens o que vai tornar aquele momento bom é o registro que fazemos mentalmente, as emoções que sentimos e isso só pode ser adquirido se estivermos realmente entregues ao momento, sem a ânsia pelo melhor click.
Performance da Manu Gavassi
Maíra: interessante e contraditório o que observamos. A poesia da música se refere à "filmar para guardar" enquanto a platéia filma e fotografa esquizofrenicamente a cantora, não é?
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