Meritocracia: fim das desigualdades ou justificativa?
Meritocracia é o conceito filosófico que defende o mérito como a forma mais justa de um indivíduo ter sucesso, através do seu próprio esforço ele vai obter sucesso. Ou seja, você receberá de acordo com o seu desempenho, de acordo o seu mérito você será bem sucedido ou não. Aparentemente é uma filosofia muito justa, no entanto ela só se aplicaria se os fatores externos ( também chamado de "sorte") não existissem. Quando falo em fatores externos quero me referir a cor, gênero, condições financeiras, status social... elementos que juntamente com o mérito definiram o quanto de sucesso você terá. As oportunidades são diferentes como por exemplo, de acordo ao seu status social, que pode influenciar tanto negativamente como positivamente no seu crescimento. Um grande exemplo é a desigualdade de gênero, mesmo que uma mulher tenha a mesma produtividade que um homem em determinada atividade, ainda hoje (infelizmente) por o homem ser homem a sua recompensa vai ser maior em relação a da mulher.
Em um artigo escrito por Clifton Mark e traduzido pelo Nexo aborda uma meritocracia como justificativa para as desigualdades, o autor afirma que " onde o sucesso é determinado pelo mérito, cada vitória pode ser vista como um reflexo da própria virtude e valor de um indivíduo. (...) Sua alquimia ideológica transforma a prosperidade em louvor, a desigualdade material em superioridade pessoal." ( Recomendo a leitura completa do artigo disponível em: A crença na meritocracia não é apenas falsa: é ruim para você )
Por tanto, a meritocracia é um mito para justificar as desigualdades, já que o "sucesso" de uma pessoa não depende unicamente do seu mérito, mas depende também da "sorte".
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