Água



Água, temos em abundancia, mas não damos valor. Quando o professor passou o exercício da água, fiquei inquieta sem saber o que fazer. O exercício era pegar um pouco de água e contar a história dessa água, muito parecido com o exercício da terra, mas nesse a história deveria ser da água, não estava relacionado ao significado dela para nós, mas a real história dela. Passei alguns dias pensando em qual água levar e que história contar, decidi levar a água da torneira pois descobri que ela é muito importante para mim. Em meu prédio faltou água, não foi um dia fácil, usamos água para fazer praticamente tudo e nesse dia não a tínhamos. Como não sabia a história dessa água, criei uma história para ela:

"Estava correndo tranquilamente quando fui direcionada para um caminho diferente, eu não sabia o que me esperava, mas continuei seguindo. Ao chegar na estação de tratamento, me submeteram a vários processos, perdi vários amigos pelo caminho. Primeiro retiraram meus amigos sólidos maiores, depois foram as minhas pequenas impurezas, e, então ao me juntarem com o cloro mataram meus últimos amigos. Me deixaram sozinha. Para acabar com a minha tristeza, chegou um amigo, seu nome era Flúor, sua função é proteger os dentes das pessoas, parece que tudo gira em torno desse tal ser humano.  
Após ser limpa, purificada, controlada, enriquecida, estava finalmente pronta para conhecer e servir aos humanos. Em um dia qualquer início minha nova jornada, vou me chocando nas paredes dos canos, correndo como se não houvesse amanhã. Finalmente cheguei ao meu destino, controlo a minha ansiedade, estou pronta para o trabalho! Dou tudo de mim, me esparramo pela pia, me jogo contra o fundo da panela, tiro toda a sujeira. Termino meu trabalho, dou um sorriso aliviada, pensei que agora era fim e seria se essa garota estupida não tivesse me aprisionada nesse vaso. Ainda não sei se aqui é melhor, ou se preferia ser jogada pelo ralo, sendo mais uma vez espremida naqueles canos indo em direção ao desconhecido. "



Durante a aula, escutei histórias muito diferentes, conheci um pouco sobre a história do rio que passa pela cidade onde atualmente eu moro. Conheci a história de praias, escutei a história de uma bela cachoeira, ouvi um conto sobre uma boa água de piscina. Foram muitas histórias, e discussões sobre a água, sua importância, e como o "progresso" a cada dia vem destruindo esse bem precioso. O professor Rafael contou sobre uma intervenção artística que ele e seus alunos fizeram em protesto a poluição do Rio Cachoeira ( rio que corta a nossa cidade), me pareceu uma experiencia incrível e muito produtiva, eles fizeram uma atividade linda, que chamou a atenção do povo itabunense para uma joia esquecida e maltratada. 
Mais uma vez a aula me proporcionou experimentar novos sentimentos, adquirindo novos conhecimentos de uma forma dinâmica e prazerosa. Por fim um pequeno poema sobre o Rio Cachoeira escrito por Ruy Póvoas.


Correnteza 

O rio cortando a cidade, a cidade rompendo os homens, os homens todos correndo, em busca do frio chão. O chão todo asfaltado o transeunte assaltado, o espírito sobressaltado: doentes do coração. A terra contaminada, o rio todo cremoso, a cidade, um calabouço, ----- morada virou cadeia e gente indiferente com cara de lobisomem. Tudo isso começou, quando a cidade cresceu esquecida da natureza com a agonia dos homens





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